Você conhece a Surdolimpíada?
Por Tati Petti
Descobri neste mês que existe a Surdolimpíada, achei demais e tinha que compartilhar esta informação com você. Afinal, sempre divulgamos informações sobre as Olimpíadas e as Paralimpíadas – aliás, esta semana tive o prazer de encontrar o nadador Daniel Dias, o maior medalhista paralímpico brasileiro, que veio para Itatiba visitar o projeto Primeiras Braçadas, que ensina natação e treina para competições PcD, sigla para Pessoas com Deficiência.
Ele ainda trouxe uma das três medalhas de bronze que conquistou em setembro do outro lado do mundo, em Tóquio. Incrível, né? Ele conversou um pouco sobre como é importante a gente se permitir sonhar sim e se divertir enquanto busca realizar esses sonhos, com sorriso. “Somos iguais nas nossas diferenças”, ressaltou ele.
Neste clima que venho destacar a Surdolimpíada. Estes atletas não entram nas Paralimpíadas porque os surdos não têm deficiência física ou motora que atrapalhem o desempenho.
ANTIGA
A Surdolimpíada é mais antiga que Paralimpíadas. A primeira disputa foi em 1924 em Paris, capital francesa; já a outra competição só surgiu após a Segunda Guerra Mundial, como tentativa de reabilitação dos soldados que se lesionaram nos combates.
O surdoatleta pode participar desde que tenha a perda auditiva de 55 decibéis ou mais em seu melhor ouvido. Não é permitido o uso de aparelhos auditivos ou implante coclear durante os jogos.
NO BRASIL
A 24 edição das Surdolimpíadas de Verão está sendo realizada aqui no Brasil – somos o primeiro país da América Latina a sediar esta competição. Começou no domingo, dia 1º de maio, e vai terminar somente no dia 15 de maio, em Caxias do Sul, um município do Estado do Rio Grande do Sul.
Vieram atletas surdos de mais de 77 nacionalidades para disputar diversas modalidades, sendo elas 20 masculinas e 18 femininas. São cerca de 6.500 pessoas entre surdoatletas e comissões técnicas e equipes.
Na arbitragem, a diferença é que os sinais sonoros são alterados para sinais luminosos e as delegações vêm acompanhadas de intérpretes que sinalizam na língua de cada país.
PERSONAGEM DA TURMA
A Turma da Mônica, especialmente por causa desta competição, ganhou a primeira personagem surda. É a Sueli, uma garota de nove anos que é fã de esportes. Sueli se comunica pela Língua Brasileira de Sinais (Libras). “A Turma da Mônica já apareceu em várias histórias se comunicando com Libras, e já fazia tempo que eu pensava em trazer uma personagem surda para fazer parte da turminha. O fato de as Surdolimpíadas acontecerem pela primeira vez no Brasil foi um ótimo incentivo para que a Sueli finalmente nascesse”, diz Mauricio de Sousa, pai da Turma da Mônica.
Em suas histórias, Sueli deve abordar os aspectos e temas comuns à comunidade surda, além de reforçar a importância da acessibilidade e da inclusão. Cerca de 10 milhões de brasileiros têm alguma deficiência auditiva – 2,7 milhões possuem surdez profunda.
Com Sueli, nova moradora do Bairro do Limoeiro, a Turma da Mônica expande a representatividade de PcD, pois já possui personagens como Luca, cadeirante; Dorinha, deficiente visual; Tati, com síndrome de Down; e André, autista.
